A técnica empregada como suplemento na alimentação em períodos críticos provocados por adversidades climáticas consiste em aproveitar todo o pé de milho e triturá-lo. Depois de armazenado em silos de superfície ele servirá como fonte de energia para as criações durante o inverno, período em que a pastagem é castigada.
Para executar o método, a prefeitura de Criciúma, através da Gerência Municipal de Agricultura fornece o trator e a ensiladeira. Ao todo, conforme o gerente municipal de agricultura, Salomão Roman da Silveira, 38 propriedades cadastradas no setor serão beneficiadas. "A pastagem atinge o máximo na primavera, vem caindo desde o Natal e é amargada no inverno, quando perde o valor nutritivo por conta do frio, chuva, geada. É o conhecimento aliado a tecnologia", salientou.
De acordo com Silveira a técnica rende ao agricultor em torno de 30 toneladas por hectare. "Sem a silagem ele armazenaria de 600 kg a 800 kg de grão de milho por hectare. Na silagem, o milho ajuda na fermentação láctea, aumentando a produção", explicou. O maquinário que executa a técnica, conforme Silveira, representa alto investimento ao pequeno produtor. "O preço médio de um trator é R$ 120 mil e de uma ensiladeira é de R$ 27 mil e ele utilizaria uma vez ao ano praticamente", sublinhou.
Dentro de alguns dias Walmor Felippe da Silva, 74 anos, receberá em sua propriedade, no bairro HG, 15 novilhas que precisarão estar fortes para enfrentar o inverno. "A silagem é muito importante, nos ajuda muito. Percebi que o gado fica, além de mais robusto, mais resistente. Antes terminava o inverno e ficava fraco, com a silagem não", ressaltou.
Além dos bezerros esperados, outras 40 cabeças de gado somam o rebanho do agricultor que trabalha com recria e engorda. Para ele o processo de silagem, assim como o suporte fornecido pela prefeitura, é fundamental para manter a atividade no campo. "É um programa de muita serventia, se não tivesse teria que parar com a criação de gado. Se depender do milho comprado não teria como, porque a saca de 60 kg está custando R$ 31 e a soja então nem se fala, ta R$ 72 a saca de 60 kg", comentou.
Para utilizar o maquinário os agricultores pagam uma taxa de R$ 40 a hora. Os valores são revertidos para o Fundo Municipal de Agricultura que aplica os recursos arrecadados em melhorias e projetos para os produtores. Além do suporte de silagem, a Gerência Municipal de Agricultura está organizando a entrega para os próximos dias, de 14 mil kg de semente de pastagem de inverno para 90 pequenos produtores da cidade, atingindo 400 hectares de área plantada.
Texto e Fotos: Fernanda Zampoli