Sistema Econômico contabiliza prejuízos na agricultura

O senhor, Írio Barp Valvassori, trabalha, desde criança, na roça. Atualmente, com 70 anos ele possui uma plantação de milho e feijão com 120 hectares, sendo 44 de posse dele e o restante arrendado de outros donos. Uma das características difícil da vida no campo, segundo ele, são os prejuízos que podem vir com o preço baixo das safras, pragas e, também, devido às fortes chuvas como a ocorrida na semana passada que alagou a cidade, a qual acarretou uma erosão em um de seus terrenos com 22 hectares. “Tínhamos preparado todo o terreno com calcário, que é caro, além da mão de obra. E com a erosão tivemos bastante prejuízo”, informou Valvassori.

Por este motivo o gerente de agricultura e agronegócio, Salomão Roman, esteve visitando, hoje (26), a propriedade, juntamente com Valvassori, para encontrar alguma solução para o problema. “Tivemos diversos prejuízos, mas as culturas de feijão e de hortaliças – como alface, tomateiros, pimentões, moranguinhas, entre outros -, que estavam em época de colheita, tiveram as maiores perdas, pois o elevado do nível de chuva estragou as folhas e os frutos”, destacou Roman.

Ele estima que, no total, entre agricultura e pecuária, houve um prejuízo de R$ 883.000,00, sendo R$ 185.000,00 em estradas do interior, R$ 243.000,00 de culturas temporárias, principalmente, da olericultura e de hortaliças e R$ 455.000,00 na bovinocultura. “Um dos problemas identificados, também, foi à erosão como a ocorrida aqui na propriedade do Valvassori. Iremos auxiliar todos os agricultores com o que podemos”, informou.

 “Eu não sei fazer outra coisa”


“Eu não sei fazer outra coisa”. Com esta frase, Valvassori, resume sua vida. Nascido em Criciúma, no bairro Morro Estevão, com 20 anos deixou a cidade para ir morar no município de Dona Emma, em Santa Catarina. Após, serviu no exército, em Blumenau e depois se mudou para Nova Prata do Iguaçu, no Paraná, onde se casou com Salvelina Biancatto Valvassori.

“Sempre trabalhei em propriedades rurais, até me mudar de novo para cá. Aluguei uma casa no bairro Montevidéu. Tinha apenas R$ 4.000 reais e pagava um aluguel de R$ 200 por mês. Então, comprei um terreno e comecei a plantar hortaliças”, destacou. Da pequena produção de hortaliças, Valvassori foi expandindo. “A produção de hortaliças é mais rápida, em 90 dias você já tem a primeira safra. Nesta época nós carregávamos, por exemplo, 480 caixas de pimentão por semana. E, assim, fomos crescendo e depois mudamos para milho e feijão”, contou Valvassori.

Atualmente ele planta em 18 propriedades e produz, aproximadamente, três mil sacas de feijão e 13 mil sacas de milho por safra, que são vendidas para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). “A agricultura é feita de altos e baixos, dependendo do valor da saca temos prejuízo. No caso do feijão, por exemplo, o preço da saca está em R$ 60, mas não cobre nossos gastos. Já o milho está em um preço bom R$ 27, mas há cinco meses estava R$ 16,50”, explicou Valvassori.

Negócio familiar


Írio Valvassori mora no bairro Santa Augusta e apenas administra o negócio. “Tenho quatro filhos, dois homens e duas mulheres e hoje, juntamente com o restante da família, eles que trabalham diretamente na roça. Porém em período de safra temos o reforço de um grupo de 35 bóias-frias que vem de São Paulo”, explicou.

Valvassori possui, além das terras, 22 máquinas agrícolas entre colheitadeiras, tratores, entre outras, sendo considerado um dos grandes produtores rurais de Criciúma. “No começo eu e minha mulher, íamos do Santa Augusta até o Morro da Cruz, a pé, pela manhã, para trabalhar na lavoura e voltávamos a noite, também, andando”, explica Írio.  “Nasci no campo e não sei fazer outra coisa por isso é muito gratificante para nós termos chegado até aqui. Sinto-me realizado”, afirmou emocionado Valvassori.

Agricultura em Criciúma

Criciúma
possui 684 propriedades com culturas permanentes como, a banana, e culturas temporárias como, o milho, feijão, bata inglesa, aipim, hortaliças e olericultura, sendo utilizados 6.609 hectares de terras para agricultura e pecuária.


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Texto e Fotos: Lucas Colombo
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