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"No abuso sexual as questões econômicas são incidentes, mas não determinantes. Não existe um perfil do abusador. Atingem todas as classes sociais, econômicas, ocupação profissional, condição sexual, concepção religiosa". Assim definiu o palestrante e professor pós-doutorado em Direito, André Viana Custódio, para o público que lotou na tarde desta quarta-feira o salão da Sociedade Recreativa Ipiranga no segundo fórum sobre o Enfrentamento ao Abuso Sexual Contra Crianças e Adolescentes.

O evento foi realizado em alusão a data (Dia Estadual de Combate à Violência e Exploração Sexual Infantojuvenil) e organizado pela Secretária de Assistência Social, Habitação, Trabalho e Renda de Içara, por meio do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (CREAS). Antes da palestra houve a apresentação do coral Viver Feliz, do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. O prefeito Murialdo Canto Gastaldon e a secretária interina de Assistência Social, Vanuza Savi Mondo, falaram sobre a importância de abordar o tema.

"As pessoas precisam denunciar, garantir que a denúncia traga resultados e acompanhá-la. Não ter medo de se incomodar, de não querer brigar com vizinho… É muito importante que as pessoas participem da rede de proteção", disse Murialdo. "A criança traz dentro de si a inocência e muitos aproveitam disso para explorá-las. A exploração sexual infantojuvenil está em terceiro lugar, perdendo apenas para o comércio de armas e do narcotráfico. Quem pode combater é a família, a sociedade, com políticas públicas", destacou Vanuza.

O secretário Antônio de Mello frisou sobre o papel do poder público e da sociedade. "Cabe ao poder público achar meios para minimizar e a sociedade em assumir sua parte para acabar com este mal". "Hoje é dia de alertar, chamar a atenção de todos os envolvidos em prol dos direitos da criança e do adolescente e enfrentá-los. Atendemos de setembro de 2013 a agosto de 2014, 44 casos suspeitos de violência sexual; 14 psicológicos; 30 físicos; 18 de negligência familiar e 12 de trabalho infantil", destaca a coordenadora interina do CREAS, Ivonete Martinhago.

Durante a palestra, André Viana Custódio, apresentou também dados que contextualizam o enfrentamento à violência sexual infantojuvenil. "Estima-se que apenas 10% dos casos sejam conhecidos pelas autoridades públicas. Dos agressores, 65% são da família".

O encontro teve como público alvo professores da rede municipal e estadual de ensino, professores de Centros de Educação Infantil e alguns pais convidados por unidade escolar.

Denúncias:
Todos os casos de violência e exploração de crianças e adolescentes devem ser denunciados a órgãos competentes como: Conselho Tutelar: 3432-7668 ou 8477-8393; Serviço de Enfrentamento à Violência, ao Abuso e à Exploração Sexual – CREAScontra crianças e adolescentes – Içara: 3432-7247; ou ainda pelo Disque 100 que tem ligação gratuita.