Lideranças políticas da região se reuniram nesta segunda-feira, 29, para tratar sobre a atual situação da Casa de Saúde do Rio Maina. A reunião ocorreu no auditório da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (Amrec), em Criciúma, a convite do presidente da entidade, prefeito de Forquilhinha, Lei Alexandre. "Esta discussão quanto à permanência e funcionamento da casa de saúde já devia ter começado. Precisamos encontrar soluções conjuntamente, tendo em vista que o Governo Federal planeja que os pacientes sejam acolhidos pelos CAP's dos municípios e a casa não é só da Amrec, ela atende de Passo de Torres à Laguna", esclareceu. Conforme o secretário Estadual de Saúde Adjunto, Acélio Casagrande, o compromisso do Estado é a transferência de R$ 58 mil para a manutenção da casa de saúde. Contudo, segundo ele, existe a possibilidade de manter o repasse até o mês de dezembro.
A proposta apresentada pelo médico Gustavo Feier, responsável pelo grupo condutor de Saúde Mental, delineou os detalhes da Rede de Atenção Psicossocial. De acordo com ele, o objetivo é dar suporte adequado aos pacientes que potencialmente iriam necessitar de internação na casa de saúde. "O fechamento do local acarreta em menos 180 leitos do SUS, ocupados principalmente pela região Sul do Estado", informou. Ele explica que as sugestões para a rede ideal foram pensadas pelo grupo condutor da microrregião Carbonífera, atendendo solicitação da Coordenação de Saúde Mental Estadual. As propostas são em torno da implantação de CAPS I em todos os municípios que ainda não possuem o mecanismo, bem como a implantação de diferentes CAPS regionalizados, além da implantação de Unidades de Acolhimento Adulto e Infanto Juvenil regionalizadas e a pactuação com comunidades terapêuticas, de acordo com a demanda dos municípios.
Com relação ao número de leitos de saúde mental em Hospital Geral (enfermarias especializadas), o médico explica que, de acordo com as portarias do Ministério da Saúde, deve-se ter um leito para cada 23.000 habitantes. No total, a Amrec possui 24 em Lauro Müller; 30 em Urussanga e um em Criciúma. "A pretensão é o credenciamento dos 20 leitos de Morro da Fumaça, mais 15 em Criciúma, além dos oito leitos infanto-juvenil, com um total de 98 leitos de suporte", relatou. Conforme Feier, pela portaria, a Amrec só poderia ter 18 leitos, devido ao número de habitantes da região, que é de cerca de 400 mil.
O gerente Regional de Saúde de Criciúma, Roque Salvan, ressaltou que atualmente existem 180 pessoas internadas na casa de saúde e que o local não tem condições de continuar aberto. "Os municípios têm que estar cientes que é preciso absorver esses pacientes. O Estado está acompanhando, mas é uma situação particular", salientou. "A preocupação dos prefeitos é que o local possa vir a ser desativado e os municípios terão que assumir a responsabilidade. Entendemos que saúde pública é uma obrigação dos Governos Estadual e Federal", observou o presidente da Amrec.
O vereador Vanderlei Zilli, presidente da Comissão Especial da Câmara de Vereadores para o Diagnóstico da Casa de Saúde do Rio Maina e do Hospital Santa Catarina, entregou ao presidente da Amrec um relatório sobre a atual situação da casa. "Estamos preocupados, porque é um local que abriga pacientes de 32 municípios. São 78 de Criciúma e 15 de Içara, mas também há pacientes de outras cidades da Amrec, além dos oito residentes fixos", disse. A vereadora Tati Teixeira também participou da reunião e argumentou que se a casa fechar, os municípios não terão leitos suficientes para atender os pacientes pela rede psicossocial.
Conforme o presidente da Amrec, os secretários de Saúde da Região Carbonífera devem se reunir para discutir os encaminhamentos da casa de saúde e repassar aos prefeitos. "Vamos lutar pela manutenção da casa, mas sabemos que será difícil. Precisamos discutir melhor a questão dos recursos e da regionalização dos atendimentos", pontuou. A próxima reunião que irá tratar sobre a permanência e funcionamento do local será realizada dia 07 de agosto, na sede da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Criciúma.
Assessoria de Imprensa da Amrec
Diene Lemos (SC03807JP)
(48) 3438-3000 / 9921-2419
imprensa@amrec.com.br