O presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), Joaquim Melo, ressalta o alerta dado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) desde o lançamento do Observatório do Crack. Em texto opinativo publicado pelo O Globo, Melo faz referência a dados divulgados pela CNM de que no Brasil 98% dos Municípios enfrentam problemas com drogas ilícitas.
O número citado por Joaquim Melo faz parte de um levantamento exclusivo da Confederação. A primeira entidade a buscar a real situação e a dimensão do uso do crack no país. O presidente da Abead classifica de "imprudência" a posição de governantes que consideram a droga, de grande poder destruidor, como uma "bobagem".
"Não há dúvidas de que estamos diante de um grave problema de saúde pública. A droga cada vez mais acessível alcança todos os setores da sociedade", observa Melo. A opinião do dirigente da Abead é a mesma do presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. Para ele, a resolução do problema demanda ações integradas e intersetoriais com a participação das três esferas do governo.
Ações reais
Na publicação de O Globo, Joaquim Melo lamenta que o governo só tenha aplicado pouco mais de 4% dos R$ 124 milhões previstos para o combate ao uso das drogas. Nos dados da CNM, dos R$ 410 milhões anunciados em 2010, apenas R$ 80 milhões foram usados para diminuir esse mal que preocupa cada vez mais os gestores municipais. Portanto, nos dois dados, os recursos destinados às políticas de enfrentamento não são aplicados totalmente.
Na avaliação do presidente da Abead, "sem uma política pública de prevenção e assistência bem articulada não chegaremos a lugar algum". Ziulkoski, assim como Melo, espera ações não só de prevenção, mas de repressão às drogas. "Com recursos próprios, os gestores municipais desenvolvem ações, mas infelizmente não é o suficiente tendo em vista o tamanho do problema, hoje, com dados provamos, é de âmbito nacional".
Observatório do Crack
A plataforma de informações lançada pela CNM traz a geografia do consumo de crack no Brasil. Depois de entrevistar a maioria dos gestores municipais, a CNM montou mapas onde é possível observar o nível de uso da droga e defini-lo como alto, médio ou baixo.
Para auxiliar gestores que buscam acabar com o problema, o Observatório oferece também exemplos de boas práticas. Idéias executadas que servem de exemplos para outros Municípios.
Clique aqui para acessar o Observatório do Crack: http://200.252.8.174/crack/
Fonte: CNM