Falta de saneamento e coleta de lixo aumenta o risco de dengue

Levantamento divulgado nesta terça-feira, 20 de dezembro, mostra que os problemas com o Saneamento Básico e a coleta do lixo resultam diretamente no aumento de risco da dengue. Tendo em vista o resultado dessa pesquisa, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) lembra da reivindicação da entidade a respeito da falta de recursos destinados às prefeituras para melhorar o serviço de Saneamento, coleta e destinação do lixo.

Dados do próprio governo federal, divulgados em maio deste ano, prevêem um custo de R$ 420 bilhões para que haja regularidade nesses serviços em 90% dos Municípios brasileiros. Para o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, este valor é ainda maior: R$ 440 bilhões. "Há 30 anos não se faz investimento maciço no Brasil pela melhora do Saneamento Básico. Esse serviço é um compromisso de todos [União, Estados e Municípios], é recíproco", completa.

De acordo com o levantamento da Agência Brasil, em 62,5%, dos 48 Municípios listados pelo governo como forte risco de dengue, não possuem saneamento e recolhimento de lixo adequado em mais da metade das casas. Apenas 18 Municípios possuem o serviço regular, de acordo com as normas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O restante é semiadequado ou inadequado. O levantamento da Agência Brasil foi feito com base na lista do Ministério da Saúde e dados do Censo 2010.

Regiões
As regiões Norte e Nordeste são as que menos possuem o saneamento básico e a coleta de lixo adequada. E, segundo o Ministério as Saúde, a ausência de saneamento facilita o surgimento de criadouros do mosquito causador da dengue, o Aedes aegypti. No Norte, 44,4% dos focos de transmissão estão no lixo, no Nordeste, 72,1% são relacionados ao abastecimento de água.
Nos municípios com risco de surto de dengue, as equipes de saúde encontraram larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis visitados, índice considerado preocupante pelo ministério.

O secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, reconhece que, mesmo sem o saneamento e o recolhimento de lixo adequado, é possível prevenir a proliferação do mosquito da dengue. As ações são simples: tampar caixas- d'água, esvaziar vasos de plantas, recolher pneus e lixo onde é possível conter larvas, entre outras medidas.

Da Agência CNM com informações da Agência Brasil

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