O governo federal lançou nesta quarta-feira (7) um plano anticrack que terá investimento de R$ 4 bilhões do governo federal até 2014, entre ações dos ministérios da Saúde e da Justiça. Além de busca ativa de viciados e ampliação do número de leitos disponíveis, a presidente Dilma Rousseff buscou reforçar a repressão ao tráfico e ao contrabando.
Na área da saúde, as principais medidas são a criação de consultórios de rua, centros de atendimento 24h e enfermarias especializadas para tratar de viciados em abstinência ou em intoxicação grave. O governo aumentou em 2.462 as vagas de internação, para 3.562. O valor gasto por paciente subirá de R$ 57 para R$ 200.
"Vamos colocar o dedo na ferida", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao falar sobre o primeiro plano na área lançado no governo Dilma – no governo Luiz Inácio Lula da Silva houve outros. "O crack para nós hoje tem a mesma dimensão do problema da Aids décadas atrás." Pesquisas recentes indicaram a presença da droga até no meio rural.
O governo prometeu criar pelo menos 300 consultórios de rua e ampliar os horários de funcionamento de centros especializados. "Não podemos funcionar só no horário comercial. Precisamos de busca ativa e também de disponibilidade no momento em que as pessoas podem estar mais vulneráveis", afirmou o ministro da Saúde.
Além de condições médicas, Padilha afirmou que os viciados terão mais políticas para reinserção social, como 430 vagas em abrigos provisórios especializados. "O crack se tornou uma grande ferida social. Precisamos combatê-lo em frentes diferentes. Permitir às pessoas recomeçar suas vidas", disse.
Na frente da repressão, o governo fortalecerá sua política de policiamento de fronteiras e de inteligência. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que nem todos os detalhes sobre as iniciativas serão divulgados por questão de segurança.
O Palácio do Planalto enviará ao Congresso, como parte do plano, um projeto de lei para mudar o Código de Processo Penal para acelerar a destruição de drogas apreendidas pela polícia, assim como o leilão de bens usados no tráfico.
Fonte: UOL